Rebirth (parte3): O arrebatamento

O arrebatamento

A mudança foi aos poucos. Primeiro começou na parte estrangeira, vendo o cenário musical de cada época e o impacto que cada cena teve. Os hippies, os punks, os tr00, as groupies, todos esses "personagens" foram vistos. Depois foi hora de conhecer cada gênero de Rock/Metal, quando cada um ele surgiu e suas principais bandas. Essa parte foi necessária de pois que eu disparei a gafe que "Metal é tudo igual" (frase típica de herege). Então conheci o Heavy Metal nos seus primórdios (na década de 70! Eu achava que tinha começado com o Metallica!); ouvi horas de Rock Progressivo (horas mesmo!), o tal do Rock Psicodélico, o Hard Rock (que ecoava vagamente na minha cabeça por causa do AC/DC) e também conheci o Beatles de verdade, já que antes eu só repetia que "era a melhor banda do mundo" como um papagaio. No final eu acabei odiando os besouros, e os headbangers viram aquilo como um sinal de que a minha praia era o Rock mesmo. Afinal, Beatles sempre foi Pop...
Depois começou o curso intensivo de Heavy Metal, indo do clássico ao furioso. Vi que todos os estilos de Metal vieram do Heavy ou Thrash, mas que a evolução deles é notável e todas suas vertentes são distintas pelas mensagens (ideologias) que cada uma passa. Fiquei incomodado com a "barulheira' no começo, já que meus ouvidos eram dóceis e não estavam preparados para um som realmente brutal. Mas apesar desse osbstáculo, não pensei em parar. Não poderia mais. Ao longo do tempo fui me acostumando com o som, e fiquei impressionado no fato que uma cena inteira de Rock estava escondida aos olhos do mundo. Com todas os suas atividades, história rica, artistas... o Heavy/Rock tinha alcançado todos os lugares do mundo! Por que o mesmo o ignorava? Para esclarecer esta dúvida, o chefe da horda - conhecido pelo pseudônimo inspirado na música do Motörhead, "Ace of Spades" - ligou a televisão e protagonizou uma cena igual à Matrix:

Depois dessa revelação, tudo de repente fez sentido. As pessoas não gostam de Heavy/Rock porque não estão acostumadas ao "barulho", já que seu mundo vive em torno da Mídia, que por sua vez só mostra música pop. Me senti como se estivesse realmente saído de Matrix. Ace depois brincou dizendo: "O que é a Mídia? Manipulação".
Depois desse discurso iluminador, achei que havia finalmente me adaptado e sabido o que o Rock realmente era. Mas faltavam ainda dois passos: ir num show de verdade e descobrir o Rock Brasileiro, que a Mídia fez o favor de distorcer. O show foi do Ozzy Osbourne com a merda da banda de abertura KoRn. Simplesmente memorável. Não foi comparável a nenhum show da praia de Copacabana do Skank ou do... ah, fui no do Rolling Stones também (aquele show da Big Bang Tour que lotou até os esgotos). Se bem que nessa época ainda era herege... Já o Rock Brasileiro foi visto de um ângulo diferente. Não apateceram Capital Inicial ou qualquer banda que só teve sucesso nos anos 80, e sim o Rock underground, o que a Mídia não mostrou. Há detalhes no artigo "O Rock Brasileiro que a Mídia não mostrou".
Bom, até agora eu só falei da parte boa de ter descoberto o Rock e inserí-lo ao minha vida, com dificuldade no começo, mas triunfante no final, MAS... e a parte ruim? A parte ruim foi esta: dessociabilização (será que essa palavra existe?). Simplificando: fui excluído. Durante o curso intensivo na "Escola do Rock", os amigos antigos diziam: "Ih, já vai andar com os metaleros de novo?", "Virou roquerão agora, né?", "Já parou de tomar banho depois de conhecer eles?", entre outros absurdos. Pior foi com a minha família, cristã católica tradicionalista: minha tia me alertou sobre os perigos do Rock, me contando uma história tão edificante quanto os documentários das araras voadoras do Discovery Channel:

"Olha, é bom você se afastar disso aí que eu conheço a filha duma amiga que começou a escutar Rock, começou a andar com uma galera aí, e agora ela tá com o Demônio no corpo. É, menino!, ela vive o dia todo mal-humorada, bate na irmã mais nova - só tem dois anos, olha só! Bem que dizem que o Diabo não gosta de crianças, né? Ela também se irrita quando ouve música de Deus, grita com o padre da igreja, já cuspiu a hóstia na cara dele [...]"
Quase mandei ela pra puta que paril, mas fui mais calmo: "Isso não tem nada a ver com Rock, a menina que foi idiota de vender a alma pra qualquer chifrudo que viu pela frente!".
Os únicos momentos que senti preconceito foi na escola particular (por ser pobre) e no meu próprio meio social (por ouvir uma música diferente)! Será que era uma coisa tão séria assim ouvir uma coisa que quase ninguém ouve?! Pela reação das pessoas próximas... sim. Me excluiram depois que me viram como um delinquente satanista que só veste preto. A convivência com as pessoas próximas estava ficando impossível, e eu não era mais convidado pra festas, chamado pra programinhas bestas de amigos e nem coisa parecida. Esses "amigos" hoje devem ter me bloqueado no msn... sei lá. Fui excluído da meu círculo normal de pessoas e tive que me refugiar no novo.
***
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