Queria dividir com vocês, umas das bandas, ainda desconhecida, que há em Uberaba(MG), chamado "Mickey Mouse Exterminator"
!!ATENÇÃO!!
Este conteúdo a seguir foi retirado do blog desta banda : http://rockuberaba.blogspot.com
quinta-feira, 22 de julho de 2010
D.O.T.André Leite / Renato Zaca / Edinho "Zacca"
"NÂO DÁ PRA VIVER DE CARA NESSE MUNDO CARETA"
Banda formada no ano de 1993 por dois ex-integrantes da banda Mickey Mouse Exterminator, um ex-integrante da banda Scória e um suposto quarto integrante (ex-Angel Butcher). A banda foi formada em um buteco e o criador do nome nem chegou a ensaiar com os caras. Edinho Zacca nos conta como aconteceu o início da banda:
“O D.O.T. foi criado em 1993 em um buteco chamado Champagnat (um nome francês pra uma birósca), que ficava do lado do até hoje vivo Bar do Bigode que fica em frente a prefeitura nova no alto bairro Mercês. Eu, Renato Zaca, André Leite (ex-Scória) e Valdão (ex-Angel Butcher) estávamos com a mesa lotada de cascos de cerveja e algumas pingas quando o Valdão teve a brilhante idéia de montar uma banda em homenagem ao momento de chapação, ele deu o nome de Detonation of Travêtion.”
Valdão (ex-Angel Butcher, ex-Odd Melody) e criador do nome Detonation of Travêtion
“Na verdade uma verdadeira gozação com a cara dos nossos amigos headbangers que não cansavam de colocar aqueles nomes em inglês em suas bandas sempre terminadas em "eition", "eider", "eitor". Estávamos meio de saco cheio de toda aquela história de movimento headbanger ou movimento punk que na época era muito forte.”
Isso realmente é verdade e como já disse aqui no blog quando conheci o Zacca ele me pareceu uma mistura de estilos e realmente era, tem um conhecimento bem amplo de música até nos dias de hoje, sempre aplicando algo inesperado, eu pude acompanhar essa banda muito bem já que tínhamos outra banda que também realizava os ensaios no mesmo local que o D.O.T., essa banda se chamava A Fábrica do Som e tinha na formação Fernandão (ex-Raul Cover no vocal), Janice Lopes (vocal), eu no violão e os três integrantes do D.O.T., fazíamos releituras de artistas como Mutantes, Secos & Molhados, Raul Seixas, Tim Maia, Novos Baianos, etc... Um local que tocamos muito na época foi em um bar no bairro Fabrício com o nome de “Pier 33”, tocávamos nos finais de semana e muitas das vezes dividíamos a noite com o músico e cantor Marcelo Taynara que também estava começando a tocar ao vivo na época. Nosso cachê ficava nos engradados de cerva atrás da batera e falo que valeu a experiência, tivemos dias inesquecíveis nesse buteco...
Janice Lopes / Fernandão (A Fábrica do Som)
Marcelo Taynara
Tive que falar dessa outra banda pois tudo aconteceu ao mesmo tempo, mas voltando com a banda D.O.T., o Zacca nos conta o lance do Valdão ter fundado a banda com nome e tudo e nunca ter participado de um ensaio sequer depois:
“Mas o mais engraçado é que o próprio Valdão marcou alguns ensaios porém ele mesmo nunca foi a nenhum deles, nunca tocou com a gente e nem deu satisfação. O cara sumiu. Então os outros três fizeram a única formação que o D.O.T. teve até o fim:
André Leite - contra o baixo e vocal de pai de santo
Edin Bizarro – guitarras, barulhos e voz
Renato Zaca - bateria, anti-flauta e voz
A banda tinha como influência artistas como: Sonic Youth, Black Sabbath, Mutantes, Pixies, The Stooges e os malditos da MPB como Raul Seixas, Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé.
Na época a banda deixava bem claro e insistia em letras em português como forma expressiva de mostrarem suas idéias e assumir sua própria personalidade. A identidade sonora do D.O.T. soa como um retrato instigante e irônico de uma sociedade estranha com seus acordes distorcidos e microfonias.
André Leite / Marquinho / Andréia / Edinho Zacca (Araguari/1994)
"O Evangelho Segundo D.O.T." / abril de 1994 (Desenho de Renato Zaca)
Nesta demo a banda questiona a liberdade como foco principal, a liberdade de expressão, a liberdade individual, o direito de uma vida autônoma, a repressão de uma sociedade conservadora e finalmente o sufocamento das grandes potências sobre o terceiro mundo. A banda já falava nos seus releases: “A banda quer atingir as pessoas independente de estilos, tenham a mente aberta e ouvidos “pouco sensíveis”.“
A banda D.O.T. teve uma resenha que saiu na revista Rock Brigade sobre a demo "O Evangelho Segundo D.O.T." :
Resenha Revista Rock Brigade
“Nosso som é descompromissado, personalizado e ideológico”
A banda com essa demo tocou em vários locais e festivais e conseguiu um público fiel com suas composições próprias, na época o “hit” da banda foi “Deus é Neguinha” e muita gente sabia cantar o refrão “Deus é preto, deus é preta, deus é neguinha”, inclusive estou na captura de um VHS meu que tem o Manu (Uganga) cantando essa música junto com os caras em 1994 (época em que ele nem sonhava que seria vocalista um dia) no The Bar no festival “Estado Terminal”, se alguém souber do paradeiro ou tiver esse VHS entre em contato.
Zacca com a banda D.O.T. na festa Estado Terminal no The Bar
"Segunda Demotape" (Desenho de Renato Zaca)
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